Você sabia que o bebê possui memória musical?
Estudos comprovam que o feto está rodeado de sons como a respiração da mãe, os batimentos de seu coração, sua voz e os movimentos peristálticos dos órgãos internos. E esses sons se tornam importantes e necessários para ele, qualquer alteração desses sons e ritmos pode acarretar problemas para o feto e ele já sente a diferença. O bebê, então, desde a fase intra- uterina já está rodeado de uma paisagem sonora.
Elliot e Elliot (1964) confirmaram fisiologicamente que a cóclea humana tem função adulta normal após a vigésima semana de gestação. Baseado nesta descoberta foram feitos mais estudos e cientistas comprovaram que o feto poderia ouvir bem a voz da mãe, outras vozes (só não com perfeição ) e sons do meio ambiente. A voz da mãe tem um grande poder de penetração, devido à maneira suave e cantante que fala com o filho. E essas vozes são muito importantes, pois farão parte da constituição do indivíduo e influenciarão no desenvolvimento da fala mais tarde.
Hoje os estudos da medicina moderna comprovam que quando a mãe ouve muito uma música durante a gestação, o bebê pode reconhecê-la depois. Há vários casos relatados de mães que afirmaram que quando seus filhos estavam agitados colocavam para eles a música que elas ouviam quando estavam grávidas e o bebê se acalmava parava de chorar e os batimentos cardíacos e respiração alterados diminuíam. Em outros casos os bebês se agitavam ao ouvir tal música. Isto comprova que o bebê se lembra da música que ouvia quando era apenas um feto.
Segundo Dr. Benenzon (1985- Musicoterapeuta), “… é freqüente observar que a mãe pianista, no sexto mês de gravidez, deve abandonar a prática do instrumento, como também sua ida a salas de concerto, pelas contínuas sacudidas do feto. Foi relatado o caso de uma mãe, com intensa angústia e ansiedade, que durante seus últimos meses de gravidez, acalmava-se com a audição de Madame Butterfly. Ao nascer seu filho, comprovou-se que a audição de Madame Butterfly era o único estímulo que acalmava seu pranto.”
Um dos fundamentos da Musicoterapia é esta relação do homem com o som, desde a vida intra- uterina. Por isso se torna possível trabalhar, por exemplo, com uma criança que não fala não possui nenhum contato, pois pode-se abrir um caminho de comunicação através de sons que ela conhece, através da identidade sonora que caracteriza ou identifica todos os seres humanos. E esta relação com o universo sonoro não-verbal (intra – uterina) será de extrema importância para contextos terapêuticos posteriores.
Muitas gestantes estão procurando a Musicoterapia para desenvolverem uma gravidez mais tranqüila, sem stress e já, para começarem uma comunicação com seus bebês. O importante para todas as mães é que percebam a importância do som e da música para os filhos, por isso é que devem conversar, cantar, fazer carinho, mas não só quando estão dentro da barriga e, sim, a vida toda.
Bibliografia:
- BENENZON, Rolando. Manual de Musicoterapia. Rio de Janeiro. Enelivros, 1985.
- PEREIRA, Raquel e OLIVEIRA, Fernando de. Da Comunicação Pré- Natal à Massagem Para Bebês. Rio de Janeiro. Enelivros, 1996.
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