Clodovil Hernandes



Clodovil Hernandes (Elisiário, 17 de junho de 1937 — Brasília, 17 de março de 2009) foi um estilista, ator, apresentador de televisão e político brasileiro.

Consagrado como estilista nos anos 60 e 70, foi convidado a trabalhar na televisão, onde também alcançou grande sucesso, por mais de quarenta anos; foi apresentador de inúmeros programas em diversas emissoras.

Lançou-se deputado federal nas eleições de 2006 e tornou-se o terceiro deputado federal mais votado do País, com 493.951 votos ou 2.43% dos votos válidos. Desconversava quando indagado sobre candidatar-se à Prefeitura de São Paulo.

Foi conhecido principalmente pela postura de polemizador e por declarações consideradas impróprias ou indelicadas, muitas vezes dirigidas a outras personalidades famosas. Entre outras polêmicas, estão acusações de racismo e antissemitismo.

Biografia:

Clodovil Hernandes nasceu na cidade de Elisiário, no interior de São Paulo e foi adotado por um casal de imigrantes espanhóis (Domingo Hernández e Isabel Sánchez), nunca tendo conhecido seus verdadeiros pais.

Foi educado em colégio interno por padres católicos. Formou-se professor. Formou-se estilista. Soube entender que a moda não tem fronteiras a despeito de saber que o Brasil tem direito à sua moda no conceito do panorama mundial.

Alma em constante alternância soube sempre que poderia ir além. Tornou-se comunicador com características próprias e muito pessoais.

Na televisão manteve por anos seguidos programas e como apresentador levava ao povo brasileiro a consciência estética que não obrigatoriamente deve depender de condição econômica.

Colecionou durante toda a sua vida, um sem número de cartas de pessoas das mais distantes regiões do país pedindo orientação, especialmente sobre moda.

Espalhou noções de educação via história da moda para quem solicitasse independente de credo ou cultura.

Em sua carreira na Alta Costura, socializou a moda tornando-a acessível.

Fez vários shows em Casas Noturnas e Teatro.

Tornou-se ator de grande sucesso pelas peças que encenou. Assim como premiado figurinista de Teatro.

Falava francês e castelhano, além do português.

Nos anos 60 ganhou fama como estilista de alta costura, mantendo uma "rivalidade" com o também consagrado estilista Dener.

A despeito da vida de "glamour" e fama, fazia questão de demonstrar sua espiritualidade e sempre evidenciar o amor incondicional por sua mãe Isabel.
citando Deus de forma recorrente nos diálogos e entrevistas: "Eu não sou briguento. Como eu poderia ser? Eu sou temente a Deus.".

Carreira:

Clodovil começou a sua carreira de estilista ainda jovem, aos 16 anos, quando um colega de classe sugeriu que desenhasse uns vestidos. Numa página de caderno desenhou 11 modelos e levou a uma loja no centro de São Paulo, onde a gerente comprou seis modelos. O talento foi reconhecido por mulheres de variadas origens sociais, desde artistas, como Elis Regina e Cacilda Becker, a empresárias, como Hebe Alves (antiga proprietária das lojas Mappin),às famílias Diniz e Matarazzo, nas quais a linha prêt-à-porter era muito apreciada. Em 1960 ganhou o primeiro Agulha de Ouro. Pioneiro, por anos seria um dos pilares da alta-costura, numa sociedade que importava modelos europeus, inaugurou uma moda made in brazil. Segundo Constanza Pascolato, “Esse termo [alta-costura] cabe especificamente às coleções de Paris. Podemos dizer que o Clô fez uma ‘moda de ateliê’ muito requintada e luxuosa, destinada a ocasiões específicas, como casamentos e coquetéis”, define.

Clodovil ainda jovem se tornou um estilista aclamado no país, logo passou a trabalhar também na televisão, na qual acumulou mais de 45 anos de carreira em quase todas as emissoras de TV do país. Consagrou-se famoso em 1976, ao ganhar o prêmio máximo no programa "8 ou 800?", apresentado por Paulo Gracindo, ao responder perguntas sobre Dona Beja.

No início dos anos 80, apresentou na Rede Globo o programa feminino TV Mulher, considerado revolucionário na época, ao lado da então sexóloga Marta Suplicy (que viria, posteriormente, a tornar-se prefeita da cidade de São Paulo). Em 1992, apresentou o programa Clodovil Abre o Jogo na extinta Rede Manchete.

Em maio de 2001, Clodovil estreou no comando do programa Mulheres (TV Gazeta), ao lado de Christina Rocha. Polêmico como sempre, Clodovil fazia críticas à colega, ao vivo. Após alguns meses, a parceria foi desfeita, e Clodovil passou a comandar um talk-show nas noites da TV Gazeta, durante as quais preparava receitas culinárias para receber seus convidados.

Programas:

1980/1982 - TV Mulher (Rede Globo)
1983 - Clodovil (Rede Bandeirantes)
1983/1985 - Manchete Shopping Show (Rede Manchete)
1985/1988 - Clô para os Íntimos (Rede Manchete)
1991/1993 - Clodovil Abre o Jogo (Rede Manchete)
1993/1994 - Clodovil Frente e Verso (CNT)
1993/1994 - Clodovil em Noite de Gala (CNT)
1995/1996 - Retratos (CNT)
1998 - Clodovil Soft (Rede Bandeirantes)
1999 - Clodovil (Rede Mulher)
2001 - Clodovil Frente e Verso (CNT)
2001/2002 - Mulheres (TV Gazeta)
2002 - Clodovil (TV Gazeta)
2003/2005 - A Casa é Sua (RedeTV!)
2007 - Por Excelência (TV JB)

Carreira Política:

Em 2006 ingressou na política após candidatar-se e eleger-se deputado federal pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC), possuindo inclusive o terceiro maior número de votos em São Paulo, estado por onde se candidatou. Usou bastante ironia em sua campanha, como a frase: "Vocês acham que eu sou passivo? Pisa no meu calo para você ver…" Tornou-se então o primeiro homossexual assumido a ser eleito deputado federal. Apesar disso, declarava-se contra a Parada do Orgulho GLBT, o casamento gay e o movimento homossexual.

Em setembro de 2007 o deputado decidiu trocar de partido e filiou-se ao Partido da República (PR), correndo então o risco de perder seu mandato por infidelidade partidária. O TSE decidiu no dia 27 de março de 2007, que o mandato pertencia ao partido e não ao eleito. No entanto, em 12 de março de 2009, Clodovil foi absolvido por unanimidade dos votos e deixou o partido alegando ter sido abandonado pela legenda desde a eleição, quando não recebeu material de campanha, e posteriormente, quando não recebeu assessoria jurídica do partido. Devido a isso, os ministros do TSE concordaram que houve perseguição interna, uma das condições que permitem que o parlamentar troque de legenda.

Em julho de 2008, apresentou proposta de emenda constitucional pretendendo reduzir o número de deputados de 513 para 250.

Passagem:

Clodovil Hernandes morreu em 17 de março de 2009, após ser registrada sua morte cerebral causada por um acidente vascular cerebral (AVC). O velório ocorreu no Salão Nobre da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e o sepultamento teve lugar no dia seguinte à morte no Cemitério do Morumbi na capital paulista, onde já se encontravam os restos mortais de sua mãe Isabel.

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