Passo a passo: nove regras para tomar chope
A "Ilustrada", da Folha de S.Paulo, divulgou nesta quinta (06/11), em um claro serviço de utilidade pública, as nove regras para tirar um chope perfeito: purificação, sacrifício, inclinação, colarinho, retirada, guilhotina, julgamento, limpeza e apresentação.
O Editor do UOL Tablóide, em outro claro serviço de utilidade pública, divulga agora as nove regras para tomar um chope gelado - não precisa ser perfeito, porque perfeita mesmo só a seleção brasileira de 1970.
1 - A invocação (Se fosse para seguir ao pé da letra o passo a passo da Ilustrada, era para ser "purificação", mas, convenhamos, beber chope não é exatamente algo puro.)
O ritual sagrado de tomar chope começa no santuário do seu próprio lar (ou escritório). A primeira etapa é convidar amigos e amigas para a liturgia etílica. Tomar chope sozinho não chega a ser um sacrilégio, mas não é tão divertido quanto acompanhado. Afinal, contar piadas sozinho não faz sentido; contar piadas acompanhado de amigos levemente embriagados é sensacional - todo mundo ri, mesmo que não tenha a menor graça.
2 - O sacrifício
A segunda parte do rito do chope também se dá antes da chegada ao santuário etílico conhecido como bar: o sacrifício. Uma pessoa da turma é escolhida – pode ser por sorteio, "dedos" ou até respeitando uma respeitável e democrática ordem aleatória. Esta(s) pessoa(s) será(ão) o(s) motorista(s) da turma. Portanto, só vão poder beber água, refri, suco e bombons de licor, e olhe lá - se não, o perigoso e ameaçador Bafômetro vem aí! Se ninguém for dirigir, esta etapa torna-se evidentemente desnecessária.
3 - A localização (Era para ser "a inclinação", mas ainda estamos na preparação, e inclinado o cidadão fica depois de bêbado - e só se beber muito.)
Define-se o bar, palavra genérica que serve para bar, lanchonete, restaurante, boteco, choperia etc, contanto que o objetivo seja ir lá para tomar um chope. Pré-requisito: o chope deve ser gelado. De preferência, gostoso. Há quem prefira os chopes baratos (caso do meu eterno amigo etílico, o Zé Cachacinha), há os que preferem os mais caros porque seriam "mais gostosos" (caso do meu eterno amigo etílico, o Zé Cachacinha - ele diz que chope bom é chope com graduação alcoólica, ou seja, ele não tem muito padrão de avaliação).
4 - O acepipe (Era para ser "o colarinho", mas o Zé Cachacinha ensina: não há nada como um bom pitéu para abrir o apetite)
Este item, na verdade, é opcional. Há quem prefira já partir para o chope, pulando a liturgia do petisco. Mas ela não deixa de ser interessante: sempre que uma turma se senta à mesa, um amigo mais empreendedor se encarrega de pedir o número correto de chopes ("Garçom, desce só sete? Aqueles dois ali vão dirigir!"). Depois, este mesmo empreendedor faz uma rápida consulta entre os presentes para perguntar qual será o aperitivo. Como todo mundo vai responder "qualquer coisa", ele sempre vai pedir o que ele mesmo, o empreendedor, estiver com vontade.
5 - A retirada do pedido
Trate o garçom sempre com simpatia, respeito e educação, e não só porque ele pode cuspir na sua bebida antes de te servir, mas porque simpatia, respeito e educação são bons e mantêm os dedos no lugar. De preferência, chame-os pelo nome. Se não souber, pergunte. Se estiver com preguiça, tem toda aquela infinidade de vocativos eternizados pelo Skank na música "Saideira": comandante, capitão, tio, brother, camarada, chefia, amigão...
6 - A guilhotina
Corte os papos chatos da mesa. Falar mal de alguém por trás é deselegante. Vilipendiar o chefe é permitido, mas certifique-se de que não haja um X9 à mesa (para quem não conhece a gíria X9: dedo-duro, alcagüete, dedo-de-seta etc.).
7 - O julgamento
Essa parte é a mais fácil: assim que o garçom trouxe o copo, antes mesmo de levá-lo à boca, julgue-o ao tocá-lo: se estiver gelado, pode beber; se não, peça para trocar. Com simpatia, respeito e educação, é claro.
8 - A limpeza
O ato de beber chope em público, sozinho ou acompanhada de uma manada etílica, exige os tradicionais bons modos de sempre: não arrote, não mastigue de boca aberta, evite babar etc. etc. etc. Lembre-se disso antes de começar a beber e, principalmente, tente se lembrar disso quando estiver embriagado.
9 - A apresentação
O brinde é essencial e abre cada rodada. Eleja um tema – "saúde" é batido, mas serve aos que não têm muita imaginação. A liturgia do brinde recomenda que o cidadão leve o copo à boca antes de devolvê-lo à mesa. Os mais conservadores levam o copo sobre a cabeça e fazem um giro horizontal com ele - é um ato plasticamente interessante, mas desnecessário: você pode desperdiçar o chope (sacrilégio!) e, ainda por cima, se sujar (lembre-se do item 9, a limpeza).Lembre-se do ditado etílico: "beber sem brindar, sete anos de azar!".
E saúde! (Sim, também não tenho muita imaginação!)
P.S Texto extraído do Uol Tablog.
O Editor do UOL Tablóide, em outro claro serviço de utilidade pública, divulga agora as nove regras para tomar um chope gelado - não precisa ser perfeito, porque perfeita mesmo só a seleção brasileira de 1970.
1 - A invocação (Se fosse para seguir ao pé da letra o passo a passo da Ilustrada, era para ser "purificação", mas, convenhamos, beber chope não é exatamente algo puro.)
O ritual sagrado de tomar chope começa no santuário do seu próprio lar (ou escritório). A primeira etapa é convidar amigos e amigas para a liturgia etílica. Tomar chope sozinho não chega a ser um sacrilégio, mas não é tão divertido quanto acompanhado. Afinal, contar piadas sozinho não faz sentido; contar piadas acompanhado de amigos levemente embriagados é sensacional - todo mundo ri, mesmo que não tenha a menor graça.
2 - O sacrifício
A segunda parte do rito do chope também se dá antes da chegada ao santuário etílico conhecido como bar: o sacrifício. Uma pessoa da turma é escolhida – pode ser por sorteio, "dedos" ou até respeitando uma respeitável e democrática ordem aleatória. Esta(s) pessoa(s) será(ão) o(s) motorista(s) da turma. Portanto, só vão poder beber água, refri, suco e bombons de licor, e olhe lá - se não, o perigoso e ameaçador Bafômetro vem aí! Se ninguém for dirigir, esta etapa torna-se evidentemente desnecessária.
3 - A localização (Era para ser "a inclinação", mas ainda estamos na preparação, e inclinado o cidadão fica depois de bêbado - e só se beber muito.)
Define-se o bar, palavra genérica que serve para bar, lanchonete, restaurante, boteco, choperia etc, contanto que o objetivo seja ir lá para tomar um chope. Pré-requisito: o chope deve ser gelado. De preferência, gostoso. Há quem prefira os chopes baratos (caso do meu eterno amigo etílico, o Zé Cachacinha), há os que preferem os mais caros porque seriam "mais gostosos" (caso do meu eterno amigo etílico, o Zé Cachacinha - ele diz que chope bom é chope com graduação alcoólica, ou seja, ele não tem muito padrão de avaliação).
4 - O acepipe (Era para ser "o colarinho", mas o Zé Cachacinha ensina: não há nada como um bom pitéu para abrir o apetite)
Este item, na verdade, é opcional. Há quem prefira já partir para o chope, pulando a liturgia do petisco. Mas ela não deixa de ser interessante: sempre que uma turma se senta à mesa, um amigo mais empreendedor se encarrega de pedir o número correto de chopes ("Garçom, desce só sete? Aqueles dois ali vão dirigir!"). Depois, este mesmo empreendedor faz uma rápida consulta entre os presentes para perguntar qual será o aperitivo. Como todo mundo vai responder "qualquer coisa", ele sempre vai pedir o que ele mesmo, o empreendedor, estiver com vontade.
5 - A retirada do pedido
Trate o garçom sempre com simpatia, respeito e educação, e não só porque ele pode cuspir na sua bebida antes de te servir, mas porque simpatia, respeito e educação são bons e mantêm os dedos no lugar. De preferência, chame-os pelo nome. Se não souber, pergunte. Se estiver com preguiça, tem toda aquela infinidade de vocativos eternizados pelo Skank na música "Saideira": comandante, capitão, tio, brother, camarada, chefia, amigão...
6 - A guilhotina
Corte os papos chatos da mesa. Falar mal de alguém por trás é deselegante. Vilipendiar o chefe é permitido, mas certifique-se de que não haja um X9 à mesa (para quem não conhece a gíria X9: dedo-duro, alcagüete, dedo-de-seta etc.).
7 - O julgamento
Essa parte é a mais fácil: assim que o garçom trouxe o copo, antes mesmo de levá-lo à boca, julgue-o ao tocá-lo: se estiver gelado, pode beber; se não, peça para trocar. Com simpatia, respeito e educação, é claro.
8 - A limpeza
O ato de beber chope em público, sozinho ou acompanhada de uma manada etílica, exige os tradicionais bons modos de sempre: não arrote, não mastigue de boca aberta, evite babar etc. etc. etc. Lembre-se disso antes de começar a beber e, principalmente, tente se lembrar disso quando estiver embriagado.
9 - A apresentação
O brinde é essencial e abre cada rodada. Eleja um tema – "saúde" é batido, mas serve aos que não têm muita imaginação. A liturgia do brinde recomenda que o cidadão leve o copo à boca antes de devolvê-lo à mesa. Os mais conservadores levam o copo sobre a cabeça e fazem um giro horizontal com ele - é um ato plasticamente interessante, mas desnecessário: você pode desperdiçar o chope (sacrilégio!) e, ainda por cima, se sujar (lembre-se do item 9, a limpeza).Lembre-se do ditado etílico: "beber sem brindar, sete anos de azar!".
E saúde! (Sim, também não tenho muita imaginação!)
P.S Texto extraído do Uol Tablog.
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