Nova invasão dos Doces Bárbaros



Documentário volta em edição restaurada e com cenas cortadas.

Trinta anos depois de seu lançamento, o filme Os Doces Bárbaros ganha edição em DVD pela Biscoito Fino. Restaurado e com cenas inéditas que haviam sido cortadas pela censura, o documentário de Jom Tob Azulay mostra a turnê que em 1976 reuniu Gilberto Gil, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gal Costa.

O filme é um raro registro da rica música produzida no Brasil na década de 70. O desbunde pós-hippie, a liberdade artística batendo de frente com o governo ditador. A câmera entra na intimidade dos encontros e documenta ensaios, conversas de camarim, autógrafos, entrevistas, a preparação para entrar em cena e, claro, momentos do show antológico que rodou o país.
Em Florianópolis, quarta cidade visitada pelo grupo, o show é abalado pela prisão por porte de maconha de Gilberto Gil e do baterista Chiquinho Azevedo. A câmera do documentarista permanece ligada mesmo quando o clima é bem diferente da boa energia do show. O escândalo nacional, assédio da imprensa e até o julgamento e a condenação. Gil ficou internado interrompendo a turnê.

Depois de um mês de pausa, a volta do grupo foi em uma temporada de dois meses no Canecão carioca. Desses shows o filme traz a maior parte de seus números musicais, que trazem grandes sucessos como Um índio, O seu amor e Esotérico. As imagens foram sincronizadas com o registro feito na época pela PolyGram e lançado em LP duplo. A nova edição inclui nos extras quatro números inteiros que não constam no filme.
A restauração do filme é especialmente bem feita na recuperação do áudio. O que foi gravado em mono, hoje chega com áudio 5.1. O filme já havia sido lançado em VHS na década de 80, mas em alguns momentos era difícil até entender o que se falava. Depois do minuncioso trabalho, o áudio dá nova vida ao filme, especialmente nos números musicais. Essa nova vida gerou muita expectativa no relançamento do filme, em 2004.

A idéia inicial do documentário era de ter cerca de meia hora. O formato de longa metragem com 100 minutos permite mergulhar mais fundo no momento em que os artistas comemoravam dez anos de carreira. Trinta anos depois, o filme é um documentário de época, retratando música, comportamento e política em um período conturbado do país. Eles, por exemplo.

Comentários

Cau Bartholo disse…
Amiga meu pai tinha uma banda chamada OS BÁRBAROS, na década de 70 por essas bandas, imagina esse NIPE da tropicália, tocando rock'n roll.
hehehehe altas fotos históricas.

Um beijo saudoso.

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