ANA CAROLINA


Entrevista:

QUEM: Suas letras costumam ser bem fortes. Como se sente diante da influência que exerce sobre seus fãs?
ANA CAROLINA: Bate uma responsabilidade. Algumas pessoas se espelham e levam ao pé da letra. Fiz um show em Salvador e uma mãe me disse: “Muito obrigada! Graças a você, minha filha só escuta Chico Buarque, Maria Bethânia e lê os livros da Elisa Lucinda que você indica”. Pensei: “Caramba, que responsabilidade!” No fundo, a gente não sabe que está fazendo essas coisas, mas é lindo.

QUEM: Sabia que a música “Eu Comi a Madona” teria tanta repercussão?
ANA CAROLINA: Um pouco, sim. Quero passar liberdade para as pessoas, cantar e dizer o que estou a fim. Em “Cantinho”, música deste último CD, tem uma parte muito caliente, que é como uma fantasia em que estou com uma menina e ela, chupando meu pau. É uma coisa livre. Bandas de rock já falavam de sexo desde 1900 e tais. Era natural e aberto. Agora, quando digo que comi e bebi a Madonna, eu chamo a atenção. Mas não me incomodo. Posso fazer isso. Se tem uma pessoa que pode, sou eu.

QUEM: Por quê?
ANA CAROLINA: Porque não vejo a Ivete cantando uma coisa assim (gargalhadas). Imagina se ela cantaria isso? Então, deixa que eu canto. Taí: vou fazer uma música para a Ivete. Eu comi quem, hein? Quem ela poderia comer? O Bono Vox (vocalista do U2). “Eu comi o Bono”. Taí, e ainda faz merchandising do biscoito...

QUEM: Sua postura mudou muito no palco. Está mais vaidosa? Fez dieta?
ANA CAROLINA: Eu era tímida, muito bicho do mato. Dieta? Olha, não sou celebridade. Nem gosto do título. Sou cantora. Minha preocupação é com a música, não com o visual. Passo creme todos os dias, faço tudo o que se possa imaginar, mas me preocupo é com a música. Há épocas do ano em que deixo a vaidade de lado e outras, perto dos shows, em que retomo.
Olha, não sou celebridade. Nem gosto do título. Sou cantora. Minha preocupação é com a música, não com o visual.

QUEM: Sofre assédio dos paparazzi?
ANA CAROLINA: Já me perturbaram, mas nada de mais. Vejo um fotógrafo, dou um sorriso e continuo fazendo o que tinha que fazer. Às vezes, passo batida, nem notam que cheguei. Fui para a Itália agora e consegui dançar. Entrei numa disco e dancei no meio de todo mundo. O lugar estava lotado! Isso é impagável de bom. Encontrei algumas italianas que, quando me viram, começaram a cantar “É isso aí...”.

QUEM: Por falar em “É Isso Aí” (um crítico reprovou a forma gramatical e o excesso de repetições do refrão), você se incomoda com críticas?
ANA CAROLINA: Não. Alguns críticos falam coisas sem sentido. Outros, não. Uma vez me falaram uma coisa ótima, que me fez pensar, sobre eu ser redundante. Pensei: “Taí, que bom que sou redundante!” Prefiro ser mais do que menos, falar mais do que ser sucinta. Gosto do excessivo. Não tenho medo disso. Eu quero mais é muito, mesmo!

QUEM: Desde que assumiu sua bissexualidade, em 2005, mudou algo?
ANA CAROLINA: Só mudou para melhor. Tem gente que achava que eu gostava só de mulher (gargalhadas). Mas não falei para levantar bandeira. Meu negócio é música. As pessoas vão ao show porque gostam de uma canção.

QUEM: Você está namorando?
ANA CAROLINA: Não, só faço lanche.

QUEM: Já pensou em casar, ter filhos?
ANA CAROLINA: Já pensei. Isso me passa de vez em quando. Ter filho, não sei, mas casar pode ser engraçado. Pode ser ótimo.

QUEM: Com menino ou com menina?
ANA CAROLINA: Com os dois, quem sabe? Com um menino e uma menina juntos. Seria perfeito. Chamo a Ivete para cantar. Nisso, ela já vai estar com o Bono, que vai de padrinho. Aí chamo um padre legal. É um bom projeto para 2009.

QUEM: O que acha dos gays que assinam contrato de união estável?
ANA CAROLINA: Acho lindo. O casamento gay tinha que ser liberado. Principalmente pela questão da herança. Ouço casos de parceiros que ficaram anos juntos e aí a família pega o apartamento do companheiro. Absurdo! Tem que legalizar. Farei o que puder para ajudar.

QUEM: Você acha que uma pessoa que sai de uma longa relação estável homossexual embarca imediatamente numa hétero?
ANA CAROLINA: Primeira coisa: tanto o corpo do homem quanto o da mulher são eróticos. Nus, são sempre eróticos. Por isso, não tenho problema com a sexualidade. Agora, tem um ponto que me incomoda nos homens, que é essa coisa do dia-a-dia. A mulher é um ser complexo. O homem é reto, direto, simplista. Isso me incomoda, porque gosto das coisas complicadas. Gosto desse redemoinho da mulher, dessa coisa confusa que é o pensamento feminino, cheio de arabescos. Por outro lado, meus melhores amigos são homens, porque confio, não têm “falaçãozinha”. Mulheres têm.

QUEM: A idéia de passar de uma menina para um menino a atrai?
ANA CAROLINA: Quero começar a fazer essa oscilação: o complicado e o simples (gargalhadas). Estou solteira e atenta.

QUEM: Além da Madonna, quem mais você comeria?
ANA CAROLINA: Deixe-me ver... Britney, não. Johnny Depp! Não quero nada, né? Só o Johnny Depp, nu, aqui na minha frente, com a Madonna do lado! Uauuu! Ia ser sensacional, uma noite inesquecível. Gravaria um disco no dia seguinte, só de hits.

QUEM: Qual é o seu tipo?
ANA CAROLINA: Mulheres, gosto das femininas, com beleza-padrão: loira, de olho azul, corpo tudo (risos), tudo de bom. Agora, homem perfeitinho e delicado, não! Homem tem que ser homem, com bastante pêlo. Mulher tem que ser sem pêlo, muito gata, muito linda.

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