FOR WOMEN

A história das mulheres contada nas trilhas sonoras - Parte 1

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, não faltam histórias, personagens e vozes dispostas a valorizar as conquistas femininas. Veja um panorama dessa evolução e a trilha sonora que embalou essas mudanças.

Por Giseli Miliozi

A música nacional tem as mulheres como tema desde muito antes das modinhas do século 19. Agora, no século 21, elas chegaram onde queriam. Será? Parece muito tempo, mas há pouco mais de cem anos, as mulheres eram figuras secundárias na história. Com o passar do tempo, mas não sem sobressaltos, ela se inseriu no cenário dos acontecimentos, na imprensa, nas guerras e nas revoluções, e na política.

Engana-se quem pensa que esse artigo é escrito somente para as mulheres. Para os homens pode servir como uma pequena coletânea de dados femininos. E quem sabe, se revele algum detalhe ou truque de velhos tempos que ainda para se fazer notar nos dias de hoje.

Aproveite com o iTodas uma viagem através de cinco décadas de luta, participação ativa, emoção, e, o simples cotidiano de mulheres com uma trilha sonora composta por elas mesmas.

Moças de fino trato
Nos anos 30, a mulher é como uma boneca de porcelana, a pele branca e protegida do sol. Ela cresce totalmente à mercê da sorte e dos homens. Foi criada para ser boa mãe e dona de cada exemplar. O casamento não precisa ter amor. Na contra mão, algumas chegaram para pôr tudo isso em prova. Começava o movimento feminista.

Já nessa época havia mulheres no jornalismo. A primeira repórter na imprensa escrita a trabalhar num veículo de grande circulação no país foi Eugênia Moreira. Ela começou a carreira aos 16 anos no jornal Última Hora, em São Paulo. Casou-se e teve seis filhos.

As revistas em quadrinhos chegavam às bancas. A personagem feminina era Betty Boop, que se destacou pela sensualidade de suas meias arrastão e cinturinha de pilão. Na literatura, Patrícia Galvão, a Pagu, escreveu o livro Parque Industrial, uma crítica à rotina das moças operárias, muito mal visto, obviamente. Pagu era fora dos padrões da época, usava blusas transparentes, batom roxo, decotes ousados, cabelos curtos e fumava em público. Foi presa e torturada de 1935 a 1940. Ela teve um filho, Rudá, fruto de seu casamento com Oswald de Andrade.

No rádio, os temas das canções eram as desilusões amorosas. As músicas retratavam as mulheres, ora como deusas, e ora como vilãs. Já as marchinhas de carnaval exaltavam o tipo físico da brasileira. As feministas não gostavam muito disso, achavam que eram vistas como objeto, e, em protesto usavam cabelos curtos e roupas masculinas. Em 1932, ganham o direito de voto, através de decreto assinado pelo presidente Vargas.

Mesmo assim, elas ainda tinha pouco espaço na sociedade. O importante mesmo era saber costurar ou bordar, do contrário as chances de se casar eram remotas. O que era sinal de total tragédia na vida de qualquer moça. Em 1930, uma única atleta participou dos Jogos Olímpicos, Maria Emma Hilda Lenk Zigler, que em sua brilhante carreira ganhou 7 medalhas de ouro e bateu 12 recordes mundiais.

Chiquinha Gonzaga, a primeira maestrina brasileira deixou sua marca depois de romper com barreiras e preconceitos. Sendo filha de mestiços, já era vencedora ao nascer e conseguir estudar. Chiquinha foi a primeira a se sobressair no mundo artístico totalmente masculino. Compôs dezenas de canções, fados e marchas brasileiras.

A gaúcha Yolanda Pereira foi eleita Miss Universo em 1930 (e sem maquiagem): era tudo ao natural. O corpo ficava escondido sob longas saias, mas o decote “V” mostrava um pouco mais. Quem ditava a moda eram as revistas Vogue e Femina.

A maquiagem era copiada das atrizes americanas. Muito rouge (blush), batom, e pó de arroz (o pó compacto daquela época).

O absorvente higiênico Modess chegava ao Brasil em 1933, o modelo era bem incômodo, era preso por um cinto com alfinetes e elásticos.

Incomodada ficava a sua vó, mesmo!

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