HEBE CAMARGO











Hebe Camargo nasceu no dia 08 de março de 1929, em Taubaté, São Paulo. Filha de Ester e Fego Camargo, que era violinista do Cinema Politeama em Taubaté na época dos filmes mudos, Hebe teve uma infância humilde, principalmente depois da chegada do cinema falado, quando seu pai perdeu o emprego.
Em 1943, a família Camargo se mudou para São Paulo e Fego passou a integrar a orquestra da Rádio Difusora. No ano seguinte, Hebe começou a se apresentar em programas de calouros das rádios paulistanas, fazendo imitação de Carmen Miranda.
Depois de ganhar vários prêmios como caloura, Hebe formou o Quarteto Dó-Ré-Mi-Fá, junto com a irmã Stela e as primas Helena e Maria. Cantando músicas do grupo feminino americano Andrews Sisters, o quarteto foi contratado pela Rádio Tupi. Encerraram atividades três anos depois, quando uma das primas se casou. Logo em seguida, Hebe e a irmã Stela formaram a dupla sertaneja Rosalinda e Florisbela, que teve vida curta.
Hebe, então, decidiu iniciar carreira solo, interpretando as seguintes músicas: "Moreno Lindo" e "Dora Dora". Seu primeiro disco, em 78 rotações, foi gravado pela Odeon. Nele havia as músicas "Oh! José" e "Quem foi que disse?".
A artista lançou outros discos, passou a ser conhecida como Estrelinha do Samba e posteriormente como A Estrela de São Paulo. Já consagrada, prestou homenagem a Carmen Miranda, gravando um pout-pourri com os maiores sucessos da pequena notável.
Ainda como cantora, Hebe atuou em alguns filmes do comediante Mazzaropi e até contracenou com Agnaldo Rayol num deles. Como atriz, participou do filme "Quase no Céu", de Oduvaldo Vianna, lançado em maio de 1949.
Hebe participou ainda da última edição do Festival de Música Popular, defendendo a música "Volta Amanhã".
Com o passar do tempo, a carreira de cantora deu lugar à de apresentadora. Hebe, inicialmente substituiu Ary Barroso num famoso programa de calouros. Mas o programa que a destacou como apresentadora foi "O Mundo é das Mulheres", exibido no então canal 5 e que contava com a produção de Walter Forster.Nesta mesma época,Hebe muda radicalmente o seu visual, de cabelos pretos para loiros.
Em 14 de julho de 1964, Hebe se casou com o empresário Décio Capuano e interrompeu a carreira artística. No dia 20 de setembro de 1965, nasceu o primeiro e único filho da artista, Marcello Camargo. Logo ela retomou a carreira, com um programa na rádio Excelsior.
No dia 6 de abril de 1966, Hebe estreou na TV Record (Canal 7) o Programa Hebe, que teve como convidado Roberto Carlos. A atração bateu recordes de audiência, chegando a obter 70% dos telespectadores.
A fase só não era melhor porque Hebe não conseguia aliar a carreira com o casamento. Em 1971, terminou sua união com o empresário Décio Capuano. Em 1973, conheceu Lélio Ravagnani, com quem viveu até 2000, ano em que Lélio faleceu.
Após uma pausa de quase 10 anos, Hebe retornou à televisão em 1981. Seu programa era exibido nas noites de domingo e posteriormente às sextas-feiras, na TV Bandeirantes. Depois de quatro anos de sucesso, a direção da emissora resolveu inexplicavelmente acabar com a atração.
Em 1985, quando ainda estava na Bandeirantes, recebeu convite do SBT e em novembro do mesmo ano assinou contrato. Sua estréia aconteceu dia 4 de março de 1986.
Desde a estréia no SBT, Hebe apresentou: O Programa Hebe,no ar nas noites de segunda-feira,o "Hebe Por Elas", programa de entrevistas só com mulheres apresentado às terças-feiras,Fora do Ar,além de participar do Teleton e em especiais humorísticos, como um quadro do espetáculo da entrega do prêmio Roquette Pinto, Romeu e Julieta, em que contracenou com Ronald Golias e Nair Bello, já falecidos, artistas que foram grandes amigos da apresentadora.
Ela chegou a ter, por curto período, um programa nas tardes de domingo. Hoje o Programa Hebe vai ao ar às segundas-feiras, a partir das 22h20, no qual a apresentadora conversa com artistas e personalidades sempre de forma descontraída, mostrando toda sua irreverência e experiência, num estilo inconfundível e todos se sentam em um confortável sofá, que é quase uma instituição da televisão brasileira.
Aurora Prado dirigiu o programa até abril de 2002, mês em que a diretora Simone Lopes assumiu a atração.
No rádio, Hebe apresenta atualmente o programa "Hebe & Você", pela Nativa FM, de segunda à sexta, das 11h às 12h. Ela recebe convidados especiais, responde perguntas dos ouvintes, fala sobre sua vida, emite opinião sobre fatos relevantes que marcaram a semana e dá dicas de beleza e saúde, entre outros temas.
A carreira de cantora foi retomada em 1998,29 anos depois de ter gravado seu último disco, Hebe Camargo retomou sua carreira de cantora com o CD Pra você.
Hebe gravou o cd "Pra Você", pela Universal-Polygram, com produção de Zé Milton. O show de lançamento, realizado no Palace, alcançou enorme repercussão e originou uma turnê pelas principais capitais do país.
Em agosto de 2001, Hebe lançou "Como é grande o meu amor por você - Hebe e convidados". O CD tem participações especiais de Chico Buarque, Caetano Veloso, Zezé di Camargo e Luciano, Simone, Nana Caymmi, Zeca Pagodinho, Ivete Sangalo e Fábio Júnior.
Entre os vários prêmios que a apresentadora recebeu ao longo da carreira, o que mais a deixou emocionada foi ter sido escolhida pelos paulistanos, numa pesquisa realizada 1990, A cara de São Paulo. Em 1994, Hebe recebeu da Câmara Municipal o título de Cidadã Paulistana.
Curiosidades:
Hebe estava no grupo que foi ao porto da cidade de Santos buscar os primeiros equipamentos de televisão, para a formação da primeira rede brasileira, a TV Tupi. Foi convidada por Assis Chateaubriand para participar da primeira transmissão ao vivo da televisão brasileira, no bairro do Sumaré, em São Paulo, em 1950. No primeiro dia de transmissões da TV Tupi, Hebe Camargo deveria cantar logo no início das transmissões o "Hino da Televisão", mas alegou estar doente e faltou ao evento, sendo substituída por Lolita Rodrigues. Até hoje as duas, que são amigas desde aquela época, não admitem se Hebe deixou de cantar o Hino porque estava doente ou se foi por causa de um encontro amoroso.
O programa Rancho Alegre (1950) foi um dos primeiros programas em que Hebe participou na TV Tupi, Canal 3, de São Paulo: Hebe fez um dueto com o cantor Ivon Curi, sentada em um balanço de parquinho infantil. Estas imagens estão gravadas em filme e são consideradas relíquias da televisão brasileira, que na época não guardava a programação em acervos, como atualmente.
A apresentadora chegou a comandar simultaneamente 5 programas semanais ao vivo na TV Paulista.
O programa é ao vivo, e às vezes surgem gafes, enganos e atitudes politicamente incorretas da apresentadora, muitas percebidas de imediato pelos telespectadores, que parecem conformados com as mesmas. Talvez um dos trunfos do programa seja essa naturalidade da apresentadora e intimidade com o público.
Hebe em seu programa de auditório também tinha a ajuda de um assistente de palco, o Antônio, que com um figurino de mordomo, além de segurar microfone e fichas da apresentadora no início de cada programa, servia os convidados e exibia os produtos de merchandising para as câmeras, sempre sorrindo, enquanto Hebe falava das vantagens e virtudes dos produtos. A voz de Antônio nunca foi ouvida no programa.
Em 1997, Hebe Camargo chegou a pensar em se aposentar, mas desistiu.
Em 22 de abril de 2006 comemorou o 1.000º programa pelo SBT.
Hebe tem um estilo de vida chique, freqüentando a alta sociedade da cidade de São Paulo, festas e eventos, onde vai sempre muito bem vestida com roupas de grife e jóias chamativas, e dirigindo um de seus vários carros importados, principalmente da marca Mercedes-Benz, sua preferida.
Apesar de ser um figura cultuada e querida pelas classes populares, Hebe também tem seus admiradores entre as classes média e alta e circula com desenvoltura entre as socialites e colunistas sociais paulistanos, onde também é muito admirada.
Em função dessa facilidade de trânsito com todas as classes sociais, já foi convidada a participar de inúmeras propagandas, tanto de jóias caras como de produtos populares, como sabão em pó ou amaciantes.
Hebe também em muitos programas falou mal de políticos e governantes. Na década de 1980, era comum, no encerramento de seus programas, a leitura indignada de editoriais com profundas críticas aos políticos, principalmente parlamentares, à corrupção e à violência generalizada, com as luzes do programa se desligando, sem trilha sonora, reforçando o caráter de protesto, convidando o telespectador a refletir depois do programa.
Uma vez, na década de 1990, foi assaltada em sua casa, no Morumbi, o que rendeu um editorial na semana seguinte criticando a polícia e a impunidade reinante no país.
Os seus últimos comentários mais polêmicos foram em 2003, contra o assassino Champinha, que matou os casal de jovens namorados Liana Friedenbaum e Felipe Caffé a sangue-frio, durante uma viagem de lazer: Hebe ameaçou se vingar do assassino, que é menor de idade, o que provocou repercussão em organizações de direitos humanos e na imprensa.
Por outro lado, Hebe declarou em entrevistas que é a favor da legalização do aborto, e que já se submeteu ao procedimento. Outra de suas marcas registradas é o fato de distribuir selinhos às celebridades, independente de ser homem ou mulher.
O jeito de falar de Hebe Camargo, os bordões repetitivos ("que gracinha", "não é uma gracinha?", "muito gracinha", "lindo de viver", "Boa noite São Paulo, boa noite Brasil") fizeram a festa de humoristas de rádio e televisão nos últimos 30 anos, como Serginho Leite, Tatá e Escova, sem falar de inúmeros humoristas anônimos: essas falas e bordões fazem parte do inconsciente coletivo do brasileiro.
A paixão de Hebe Camargo por jóias poderosas encanta o público e ilustra um estilo típico de grandes nomes do mundo dos espetáculos: o da celebração do exagero.
Hebe Camargo certa vez fez um balanço de todas as suas jóias. Depois de cobrir o chão de um cômodo inteiro com um tapete de brilhantes, pérolas, esmeraldas e outras pedras, chegou à conclusão de que não deveria comprar mais nenhuma peça. Durou pouco a decisão. Para o bem de seu humor, a alegria da fila de joalheiros que a abastecem e o entretenimento dos espectadores que semanalmente se embevecem com a sua alucinante coleção de preciosidades, Hebe continuou comprando. E como.
A peça mais impressionante de seu porta-jóias é um diamante de 40 quilates, montado num anel. A maior, uma esmeralda, de 60.
Para Hebe, em se tratando de jóias, tamanho é documento. "Quando as pessoas vêm me mostrar uma joinha, um anelzinho, digo logo que não combina comigo. Para mim, tem de ser tudo grande. Sou perua assumida e com muito orgulho", diz.
Além de preconceituoso, "perua" é um qualificativo pálido demais para ilustrar o estilo da apresentadora. Hebe Camargo não tem pares – portanto não pode ser comparada a ninguém no mundo do espetáculo.
Aos 76 anos, ela já apareceu de shortinho, barriga de fora e piercing falso no umbigo. Sutiã, não usa – já fez duas plásticas nos seios, a primeira em 1974, para reduzir "o tamanho exagerado". Contabiliza ainda duas lipos e dois liftings de rosto e pescoço, o último em fevereiro passado. "Se vou sair de rosa, é bolsinha, sapatinho e tudo o mais combinando. Se é turquesa, é tudo turquesinha", descreve Hebe. "Eu gosto de ser Barbie." Os vestidos seguem algumas regras básicas: "Tem de ter brilhinho, decote e o comprimento não pode passar dos joelhos, para não ficar muito senhora". Ela também sempre usa mangas longas – "Nessa idade, o braço já está meio flácido, e não acredito em plástica para acabar com isso". Sapatos, não tem mais onde guardar.Detesta ginástica e tem uma impressionante resistência ao álcool. "Bebe três ou quatro doses de vodca de aperitivo, um bom vinho durante o jantar, depois toma grapa e vai embora inteira", espanta-se uma de suas companhias habituais à mesa de bons restaurantes de São Paulo.
Com rendimento mensal estimado em 1,2 milhão de reais, entre salário e merchandisings, Hebe também pode se entregar de corpo, alma e talão de cheques à paixão por jóias. "Quando eu tinha 16 anos e não podia comprar jóias verdadeiras, comprava de mentirinha e achava lindo", relembra. Da morena de pretinho e pérolas (falsas) à loira de dezenas de quilates, a paixão só se exacerbou. "É difícil ter em São Paulo uma mulher que vença a Hebe Camargo em quantidade de jóias. Ela chega a comprar três peças por mês", avalia um especialista do ramo. Hebe compra jóias prontas e também encomenda peças. Uma de suas prediletas é o colar em forma de cometa cravejado de brilhantes, cópia de uma jóia desenhada originalmente por mademoiselle Chanel. Foi feita pela joalheira Laja Zylberman. É dela também o colar tipo babador com pelo menos 30 quilates de diamantes que Hebe adora e chega a usar com roupas esportivas. De Claudio Okubo veio o anel mais comentado. Composto de cinco partes articuladas, que ocupam o dedo inteiro, ele chama atenção em qualquer lugar aonde Hebe vá, no Brasil ou no exterior. Numa de suas constantes viagens a Paris, ela não respeitou o próprio lema quando se trata de enfrentar preços em supervalorizados euros – "Quem converte não se diverte", prega – ao se apaixonar por um colar exposto na vitrine de uma joalheria importante. Em lugar dos 120 000 euros pedidos, encomendou a Okubo uma versão do conjunto de colar e brincos de pérolas south sea de três cores: brancas, negras e amarelas. De quebra, ele ainda fez um anel para combinar. Tudo enorme, claro. "As jóias muito grandes eu faço pensando nela", diz Okubo. Ultimamente, os impulsos de abstinência têm se repetido. "Não vou viver o suficiente para usar tudo o que tenho. E não há nem para quem deixar, só tenho um filho", pensa quando cogita na hipótese de parar. A crise passa logo e Hebe continua aumentando a maior, a mais espetacular e mais conhecida coleção de jóias do país. É possível que existam outras, até mais imponentes. Como nenhuma mulher aparece na televisão com seus tesouros – ou talvez nem saia de casa com eles –, Hebe permanece como a rainha dos quilates.
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